Quando apareceu, em 2013, com “A condição indestrutível de ter sido”, Helena Terra já era uma escritora madura, inserida na melhor tradição da ficção introspectiva, aquela na qual o leitor recebe, de forma privilegiada, a confissão do narrador, estabelecendo vínculos de empatia, que, ao fim e ao cabo, espelha as nossas próprias expectativas e frustrações. Não é diferente o que nos oferece a história que vai contada neste novo romance, “Os dias de sempre”. Se, no livro de estreia, a autora expunha a conturbada paixão da protagonista por um homem casado, neste, agora, acompanhamos o depoimento de Mariana, uma mulher da alta classe média, em sua tentativa de compreender-se e compreender o universo no qual gravitam as pessoas que conformam sua existência.