O livro investiga o processo de destruição e reconstrução do Pátio do Colégio em São Paulo. Foi um impressionante episódio de des-secularização que ocorreu a partir da década de 1930, desaador da grande narrativa de modernização da cidade que leva em conta sem maiores problematizações que a vocação do território é a passagem progressiva do sagrado ao profano, usando a terminologia proposta por Murillo Marx. Com efeito, se assumirmos como parâmetro exclusivo de análise o mundo como se constrói para os segmentos laicos, o repasse do terreno para a Companhia de Jesus em plenas festividades do IV Centenário é incompreensível. Da mesma forma, a reconstrução dos edifícios da Igreja e do Colégio jesuíticos, conforme sua aparência no século XVIII mas com técnicas contemporâneas só pode ser considerado aberração, pastiche, simulacro. Mas se colocarmos nossas convicções secularizantes em dúvida, emerge um cenário muito diferente, complexo e fascinante. Do prefácio de Renato Cymbalista JOÃO CARLOS SANTOS KUHN é mestre e doutorando em História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.