Considerada virtude cardinal nas sociedades antigas e modalidade ideal de relação com o outro, a amizade, contemporaneamente, não possui o mesmo prestígio de outrora. Este livro recupera a discussão sobre o tema, sublinhando a importância da presença da mulher nesse vínculo intersubjetivo. Além disso, problematiza as formas de construção da subjetividade feminina realizadas fora dos espaços institucionais carregados de peso social como a família, a escola e o casamento. Trata-se de historicizar as relações de amizade na modernidade brasileira, mediante as cartas trocadas entre Anita Malfatti, Oneyda Alvarenga, Henriqueta Lisboa e o escritor Mário de Andrade. Assim, a obra aponta, entre outras coisas, que a amizade desprezada na atualidade deveria, mais do que em qualquer outra circunstância histórica, ser resgatada e reescrita para contrapor-se às formas capitalistas de produção de subjetividades.