Para Nicolau Maquiavel (14691527), autor de O Príncipe e um dos mais penetrantes e lúcidos pensadores políticos da humanidade, o mundo é o que é: e nele convivem maridos estúpidos como Nícias e mulheres virtuosas como Lucrécia, frades devassos como Timóteo, parasítas como Sóstrata e, por que não, jovens honestos como Calímaco. Personagens centrais de A Mandrágora, eles não compõem apenas um retrato fiel e irônico da sociedade florentina do século XVI. Configuram, acima de tudo, a forma que Maquiavel escolheu para satirizar a corrupção da Itália de sua época e, principalmente, a corrupção da Santa Madre Igreja. Nesta comédia ele ataca os vícios e a imundíce em que seus que seus contemporâneos estavam mergulhados e, da mesma forma como em O Príncipe, escreve uma obra que se mantém tão atual e engraçada hoje, como há quinhentos anos.