Psicose, sujeito, teoria e clínica. Conhecemos muito bem a complexidade que circunda essas noções, principalmente quando se trata de articulá-las para melhor situá-las e entendê-las. Tarefa nada fácil a que se propôs Suely Aires. Sua hipótese, a saber, é defender que os questionamentos lacanianos em torno da noção de sujeito procedem da clínica, mais especificamente, da clínica das psicoses. Qual, então, a novidade? Apesar de aparentemente simples, tal hipótese sempre foi desconsiderada no campo filosófico. Chamo atenção, portanto, para uma primeira grande dificuldade, enfrentada pela nossa autora: o fato de que nem sempre é possível percebermos qual o papel do sujeito na obra de Lacan, visto que seu movimento, na tentativa de isolá-lo (o sujeito), assume formas as mais diversas em pontos diferentes do seu ensino, sendo que nem todas essas formas parecem convergir para qualquer conceito de subjetividade de fácil identificação. Sendo assim, não há a possibilidade de se evidenciar [...]