O estudo exaustivo da problemática do Nomes-do-Pai no ensino de Lacan, tal como este a livro a retraça, permite descobrir o quanto ela está ligada aos acontecimentos institucionais que sacudiram o movimento analítico desde 1953 e dos quais Lacan foi precisamente o ator principal. Em particular, a interrupção do seminário que deveria versar sobre os nomes do pai, em 1963, interrupção motivada pelas altercações de Lacan com a IPA, teve em retorno um papel sobre o ensino daquele e se tornou parte integrante da noção de Nome-do-Pai. A evolução das acepções deste termo gira em torno de algumas questões cruciais, dentre elas a da relação entre o Nome-do-Pai e o ternário real, simbólico, imaginário; além disso, ela cava cada vez mais um furo no registro da nominação. Nome de Nome de Nome, o Nome-do-Pai vem a ser ao mesmo tempo o nome reconhecido ao pai, o nome pelo qual o pai pode se designar e o nome dado pelo pai. Este estudo faz também aparecer em Lacan uma singular dialética entre o Nome-do-Pai e o sujeito suposto saber, cuja marca se encontra em certos casos, o do drama subjetivo do sábio, tal como G.Cantor o suportou, tendo valor de exemplo.