O processo de construção dos números é social, cultural e marcado historicamente por negociações de significados, tensionamentos políticos e contingências de ordens ecológica e econômica que possibilitaram a sua edificação. Nesse sentido, a construção dos números é antropológica, dependente de questões próprias colocadas por determinadas instituições para representar determinados fenômenos ou problemas específicos que lhes convêm resolver. A pretensão de defender essa tese motivou-nos à construção coletiva de uma Organização Matemática para os números, pautada na justificação epistemológica de tarefas e situações que situam a razão de ser dos números e de seu ensino no ambiente escolar sob uma perspectiva antropológica. Assumir essa perspectiva para a construção dos números, contudo, não é trivial, pois coloca-nos diante de um universo de informações muitas vezes desencontradas e/ou lacunares, suscitando a exploração de um [...]