Da interpretação de Natorp decorre diretamente que as ideias de Platão não são substâncias transcendentais. Isso porque elas não são substâncias, absolutamente. Assim, elas não são habitantes de um mundo de substâncias imutáveis situado além deste mundo espaço-temporal de substâncias mutáveis. Dessa forma, num único ato, Natorp quer resgatar a teoria de Platão de uma crítica a ela dirigida primeiro por Aristóteles, da qual tem sido difícil livrar-se desde então. Segundo essa crítica, as ideias de Platão não passam de reproduções imutáveis e perenes do mundo conhecido de coisas mutáveis e perecíveis.