O título é simbólico. A ilha de Martim Vaz é um ponto estratégico (junto com a Trindade) no Atlântico Sul e o mais próximo entre Brasil e África centro-austral. Neste livro a atualidade articula-se com a História, numa sequência iniciada pela descoberta de documentos antigos no Rio de Janeiro. Os séculos XV, XVIII e XXI misturam-se em locais e situações reais, através de três poderosas histórias de amor envolvidas nos turbilhões de grandes combates. Seus protagonistas são criação do autor mas correspondem a perfis humanos das épocas respectivas e representam atitudes construtoras da liberdade humana, em termos sociais ou individuais. Cenas de muito carinho aparecem em simultâneo com duras batalhas de sobrevivência, revelando homens e mulheres sem consideração pelas linhas divisórias das fronteiras, raças ou religiões. O livro é ambientado, sobretudo, no Brasil e costa oeste africana, mas transborda para a Europa e as terras do Sahara-Sahel. É uma aquarela brasilo-africana, feita por vidas concretas dentro de situações onde a resistência às agressões ¿ desde a escravatura, ao poder colonial, à negação de direitos básicos e ao terrorismo - revela grandes coragens e a força de laços indiferentes aos preconceitos e discriminações. Em todas as épocas. Com um aviso: entrar neste livro é entrar em campo de batalha; uma mesma batalha ao longo dos tempos ou várias? Nem os protagonistas têm resposta.