"O conquistador" é uma paródia irreverente à vida de Dom Sebastião, rei português desaparecido em 1578 na batalha de Alcácer-Quibir. No livro de Almeida Faria, Dom Eugênio reaparece quatro séculos depois da batalha, na forma de um garoto louro, de olhos azuis, encontrado numa praia por pescadores que lhe dão o nome de Sebastião. Ao contrário do rei, que entrou para a história como Sebastião, o Desejado, por causa de sua repulsa a qualquer ato sexual, o personagem de Faria torna-se um obsessivo pelo sexo. Faria tem uma narrativa que nada tem de tradicional, uma prosa aparentada com a poesia. Foi o introdutor da revolução estética, caracterizada pela busca de novas formas, no romance português. É um autor que acha natural que, no mundo contemporâneo, não se respeite uma cronologia linear, de início, meio e fim. Um dos mais importantes romancistas da nova geração portuguesa, Faria costuma dizer que a literatura brasileira é mais conhecida em Portugal do que a literatura portuguesa no Brasil. "O conquistador, o mais elogiado romance de Almeida Faria, quebra esta barreira."