Presa a uma rotina de trabalho no ateliê parisiense do marido alfaiate e aos cuidados dos filhos, após uma estadia de pouco mais de um mês na casa do pai, onde testemunha e experimenta os prazeres e luxos da alta burguesia emergente, a senhora Montjean se revolta: não quer mais trabalhar nem cuidar da prole e se lança numa vida vertiginosa. Com muito ruge nas bochechas, passa os dias entre passeios pelos parques e bulevares de Paris, almoços e jantares regados a muita bebida e jogos sexualizados com novos amigos para desespero do marido, que vê a reputação da família se arruinar, assim como o seu patrimônio. É por meio do diário de um marido perplexo que acompanhamos em detalhes a reviravolta dessa mulher tomada por um irrefreável desejo de emancipação e de ascensão social, seduzida pela vida libertina da aristocracia da época. [...]