Minas Gerais recebeu muitos e ilustres visitantes estrangeiros durante o século XIX. A vinda da Corte abriu as portas do Brasil para o amplo comércio e para a curiosidade científica. Missões científicas, missões artísticas, viajantes-cientistas revelaram o Brasil, sob diversos aspectos, aos brasileiros e ao mundo. Entre os muitos e significativos viajantes que Minas Gerais recebeu nos primeiros anos do Oitocentos, destaca-se Auguste de Saint-Hilaire, que abundantemente registrou as paisagens mineiras. Nesta publicação, em especial, o naturalista francês descreveu, com detalhes, as diferentes características e formas da vegetação nativa que compunha a biodiversidade do território mineiro. A partir da sua leitura, é possível avaliar as consequências funestas dos sucessivos desmatamentos da vegetação nativa para a formação de pastagens, os impactos causados pela monocultura e a intensa destruição promovida pela atividade mineradora. Diante da importância dos escritos de Saint-Hilaire, a equipe do Banco de Dados e Amostras de Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas, sediado no Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (DATAPLAMT - UFMG), coordenado pela professora Dra. Maria das Graças Lins Brandão, se dedicou à tradução para o português do texto original em francês, no desejo de recuperar e divulgar informações e imagens das plantas nativas do Brasil; contribuindo para que o conhecimento tradicional sobre as plantas nativas, registrado no passado, se mantenha vivo, e possa ser mais bem aproveitado pelas gerações futuras de brasileiros.