Este livro enfrenta um grande desafio para a pesquisa contemporânea, tanto para o historiador tout court quanto para os profissionais dos science studies. Ele trata de um evento que movimentou intensamente a mídia acadêmica há alguns anos - denominado "Guerras da ciência" - e no qual havia um confronto entre as perspectivas dos cientistas naturais e a dos cientistas sociais. A partir da década de 1970, quando ocorreram as primeiras análises desenvolvidas por sociólogos focalizando o conteúdo da atividade científica como um objeto sócio-histórico, houve um desconforto entre alguns cientistas naturais ante a "intromissão" de juízos sociológicos críticos sobre o modo de produção dos saberes consagrados como científicos.