Após 10 anos de silêncio, a incansável voz do feminismo francês retorna à ficção. Uma das mais importantes ativistas pelos direitos da mulher, Benoîte Groult constrói um delicado elogio à maturidade. Em um livro sensível e inquietante, ela dispara sua lucidez contra a fobia da velhice, tormento de homens e mulheres, e defende a passagem do tempo como conquista da experiência, e não perda da juventude. “A velhice é a mais solitária das navegações”, revela. Nesse deserto está a força plácida de uma mulher que viveu seus sonhos. Benoîte busca dar um testemunho pessoal sobre suas experiências. Divaga, discute e versa, com ímpeto, compaixão e muitas vezes bom humor sobre a história de Marion, sua mãe Alice e Moira, deusa grega do destino, do inexorável. Através dessa figura mítica que observa, condena, julga e às vezes intervém na vida dos outros personagens, a autora convida o leitor para refletir a seu lado, indagar e contemplar o mundo. Benoîte nos abre a mente. Somos seus amigos imaginários: cúmplices e companheiros de reflexões sobre a morte, o amor, as mulheres, a complexidade das relações humanas e a força das paixões. Estão aqui seu inabalável amor ao mar, a confiança no feminino e a procura pelo equilíbrio conjugal, temas recorrentes em sua obra. Ela disseca três gerações de mulheres para renovar suas paixões e seus deslumbramentos, em páginas magníficas sobre os laços que unem as mulheres. Mães, filhas e irmãs. Balanço de uma trajetória dedicada à liberdade, UM TOQUE NA ESTRELA não esconde os perigos nem as cobranças que a acompanham. Não propõe argumentos simples, não oferece respostas prontas. Revela a honestidade e a coragem de sua autora. Mergulha, sim, nos mistérios da existência. Mistérios como o de chegar ao ponto final com a estranha sensação de que aprendemos um pouco mais sobre nós mesmos.