A pesquisa apresentada neste livro aponta uma tendência de mudança nos critérios de validação da música popular (periférica) contemporânea, com base na análise do circuito paraense do tecnobrega. O estilo, que emergiu em Belém do Pará, no início dos anos 2000, como versão atualizada de uma tradição musical socialmente estigmatizada - a música brega -, introduziu a informalidade no negócio da música no país, puxando os números de uma indústria paralela milionária, com composições 100% eletrônicas e o comércio informal de discos. Manifestação artística que, apesar da alegada inadequação às sensibilidades bem treinadas, viu-se legitimada pelo establishment midiático, com status de cultura periférica digitalizada conectada às vanguardas musicais globais. [...]