Diferente da "hominização", que caracteriza a etapa inicial, a descoberta do fogo e dos primeiros utensílios, o neologismo "hominescência" criado por Michel Serres, qualifica o devir do homem; tal como a adolescência define a passagem da infância à idade adulta, ou a luminescência define o momento em que um corpo obscuro se torna luminoso. Depois de ter considerado as mudanças radicais que a humanidade conheceu ao longo dos últimos cinquenta anos, o autor analisa as novas relações do homem com domínios tão diferentes como o são a morte, o corpo, a agricultura, as novas redes de comunicação. Alerta-nos para as consequências destas modificações, em particular para o perigo que representam as crescentes diferenças entre os países ricos e os países pobres. Michel Serres conclui, de forma positiva, sublinhando que o homem sempre soube adaptar-se a novos ambientes e que as grandes inovações (escrita, impressão") o incitam a fazer prova de engenhosidade e de inteligência. A humanidade, diz-nos Michel Serres, parece esperar um limiar: nunca o próprio ser do homem foi tanto o desafio da sua história. Perante isto devemos regozijar-nos ou inquietar-nos? Contrariamente aos filósofos que tanto gostam de cantar os crepúsculos, Michel Serres, nesta obra, quer fazer-nos pressentir, com confiança e optimismo, a luz ainda incerta e vacilante de uma época auroral. MICHEL SERRES nasceu em Agen, em 1930. Depois de ter leccionado nas universidades de Clermont-Ferrand e de Paris I - Sorbonne está, desde 1984, a leccionar na universidades de Stanford (EUA). Em 1990 foi nomeado para a Academia Francesa. Autor de inúmeras obras de referência. Tendo o Instituto Piaget publicado: Atlas; Diálogos sobre a Ciência; O Terceiro Instruído; O Contrato Natural; Ramos; O Incandescente e ainda O Livro da Medicina escrito em co-autoria com Nayla Farouki.