O câncer é hoje a segunda causa de morte no Brasil e sua incidência continua a aumentar, com grande impacto nas políticas de saúde pública e privada. Embora o conhecimento do câncer seja antigo, a Oncologia é uma das especialidades médicas mais recentes, não tendo sido realmente reconhecida até o início da década de 70. No entanto, foram necessárias apenas poucas décadas para que a Oncologia assumisse uma posição de destaque, com uma postura verdadeiramente científica, fundamentando suas terapias, outrora empíricas, em bases fisiopatogênicas e moleculares. O avanço da Oncologia no Brasil evidencia-se por vários aspectos, mas talvez os principais seja o grande número de candidatos altamente qualificados à residência nos serviços credenciados, incontestável melhora na qualificação dos especialistas em atividade e crescimento na produção científica, caracterizada por maior produção de publicações nacionais e internacionais com participação de oncologistas brasileiros. O número de grupos multidisciplinares atuando em pesquisas em Oncologia no Brasil saltou de menos de uma dezena no início dos anos 80 para mais de quatrocentos em pouco mais de uma geração. No contexto das publicações científicas da área médica em geral, observa-se o aumento dos livros de Oncologia, o que é um fato auspicioso para a especialidade, mostrando a efervescência acadêmica na área. No entanto, sentíamos ainda a falta de uma obra mais profunda, que englobasse a Oncologia em sua plenitude: molecular, fisiopatológica, clínica, pediátrica, cirúrgica, radioterápica e experimental.