Em 9 de julho, São Paulo comemorou os 78 anos da Revolução Constitucionalista. Apesar de a data ter merecido um feriado estadual e de sua importância para a história do Brasil, Marco Antônio Villa ressalta que o assunto é pouco conhecido e pouco abordado até mesmo nos cursos superiores de formação para professores. Para tornar o assunto mais acessível a estudantes e professores do ensino médio, o historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos, Marco Antonio Villa, apresenta seu novo livro, A Revolução de 1932 Constituição e Cidadania. Para destacar essa importância, o historiador cita as memórias do jurista Hélio Bicudo: A Revolução de 1932 se constituiu no maior movimento popular de caráter democrático a que assistimos no Brasil. Mesmo assim, a luta de São Paulo contra o governo provisório de Getúlio Vargas pela criação de uma nova Constituição caiu praticamente no esquecimento. Provavelmente em função de mais de duas décadas de regime militar que não poderia conviver bem com a memória constitucional e democrática de Revolução de 1932, comenta Villa. Ao abordar a revolução de 1932, o historiador não pretendia apenas lançar luzes sobre a luta por uma Constituição, em um País marcado por uma tradição autoritária. Queria reabrir as discussões sobre este importante momento da história brasileira e paulista em que se buscou resgatar nosso maior tesouro, a democracia, e aproveitar o momento para levar as pessoas a refletirem sobre cidadania, liberdades democráticas, direitos do cidadão. O livro é dirigido a professores de História e alunos do último ano do ensino fundamental e de todo o ensino médio. Nos cinco capítulos e 104 páginas de A Revolução de 1932 Constituição e Cidadania, o historiador analisa os vários aspectos da Revolução. Retrocede aos idos de 1929, quando o crash da Bolsa de Valores de Nova York lançou a economia mundial em uma crise econômica sem precedentes e atingiu duramente os países compradores de café, na época o principal produto de exportação do Brasil e base da economia de estados como São Paulo e Minas Gerais. Os poderosos cafeicultores clamavam por ajuda do governo federal, que não tinha como socorrê-los.