Qual o papel da cidade numa arte, a do cinema, que, mais que as outras, é capaz de apresentá-la inteiramente - fotografada, representada, recriada, estilizada, desenhada, pintada, modelada ou virtualizada? A Cidade Imaginária, conjunto de estudos que Luiz Nazario coordenou e a Editora Perspectiva publica em sua coleção Debates, propõe um tema que tange diversas áreas do conhecimento; e seus autores desenvolvem-no analisando filmes-chave para a percepção do conceito. O resultado é um passeio mágico pelas cidades lunáticas de Méliès, pelo gueto judaico de Praga; por uma cidade marciana concebida pelo futurismo russo; pela moderna Berlim pré-nazista; pela Xanadu que a fortuna de Kane ergueu; pelas Venezas que o cinema construiu e desconstruiu; por uma casa que simboliza nosso mundo ameaçado; por uma cidade embebida em latinidade; pela assustadoramente moderna Tativille; por megalópoles orientais quase inabitáveis; e pelo outro mundo entrevisto em viagens imaginárias realizadas desde sempre, e que encontraram no cinema sua forma mais acabada. A Cidade Imaginária lança um novo conceito – esperando que ele ressoe na imaginação dos futuros arquitetos de sonhos.