A autora afirma muito claramente, já na introdução, que privilegiou os aspectos subjetivos das trajetórias dessas mulheres. E quanto a esta clara escolha eu digo: afinal, se não fosse assim, como seria possível responder à questão que a si mesma e à pesquisa ela coloca: ‘Como vive um corpo que busca a todo instante atender às expectativas de estar sempre belo fisicamente, mesmo que essa busca prejudique sua saúde?’ E a partir dessa questão já entendemos que não se trata de uma abordagem pueril sobre por que desejam as mulheres ficar belas ou por que perseguem padrões estéticos impostos socialmente, mas sim, de um entendimento dessa problemática na articulação a diferentes dimensões sociais, cruciais ao entendimento de nossa sociedade contemporânea, como são o mercado, a mídia e os processos de socialização vividos de forma singular, mas referidos a contextos políticos, econômicos e socioculturais experienciados coletivamente.