O objetivo deste livro é apresentar, sinteticamente, uma leitura crítica da história da Informática na Educação no Brasil, desde suas origens, nos remotos anos 1930 até 1989, período em que oficialmente terminou a Guerra Fria. No Brasil, foi marcado pela volta das eleições diretas e, na educação, tivemos a entrada na Câmara dos Deputados do Projeto de Lei das Diretrizes da Educação - LDB. Este livro parte da tese de que o setor de Informática e Educação sofreu uma ação intervencionista-nacionalista. Isto se deve ao caráter estratégico que tais tecnologias adquiriram com o desenvolvimento capitalista no Brasil e nos países capitalistas centrais. O que se deve ter presente é que, de um modo geral, alguns estudos na área indicam que o progresso técnico tem levado a uma alienação crescente dos trabalhadores, pois estes estão cada vez mais distantes do domínio dos meios de produção, do conhecimento profissional e da gestão do próprio trabalho. Neste sentido, a proposta de criação de uma política que leva à escola uma nova tecnologia, como é o microcomputador, deve ser analisada de forma bastante criteriosa. Para que levar o computador à educação? Quais são os reais objetivos? Criar apenas mão-de-obra especializada ou levar o filho do trabalhador (e o próprio País) a dominar (produzir e controlar) essa inovação? Ou seja: acentuar ou não a alienação? Ao final são feitas algumas considerações acerca do processo político em andamento, as quais indicam que, face à redemocratização do país, o processo decisório da Informática e Educação deve incorporar novos atores, como os pesquisadores envolvidos nos projetos estatais, e a própria sociedade civil representada pelas organizações educacionais.