Pode-se sinceramente considerar, sem desnaturar o pensamento o pensamento de Pelloutier, que a escola desempenha para ele o mesmo papel (que a arte). Esses dois "aparelhos ideológicos de Estado", como se diria hoje, têm em comum o fato de que eles são simultaneamente as piores cadeias para a humanidade explorada e os instrumentos que lhe permitirão forjar um outro futuro. Paradoxo no qual os militantes de hoje se encontram igualmente: difícil fazer ouvir uma voz crítica em relação às taras da escola pública e suas funções sociais (seleção, formatação, etc.) enquanto inúmeros militantes estão engajados no combate (legítimo) contra a privatização e a mercantilização da escola em nome da "defesa"do serviço público garantidor de uma certa "igualdade". Para Pelloutier, o objetivo é claro: a educação deve pôr-se a serviço da revolução, pois sem educação do povo, nenhuma revolução autêntica será possível.