A pesquisa e reconstrução da vida de dona Leopoldina, esposa de Dom Pedro I, romanceada pela autora, resultam em uma bem sucedida ficção histórico-literária. Vera Moll permitiu-se entrar na narrativa, conversando com a imperatriz, consolando-a e dando-lhe conselhos, como se fora sua mãe ou irmã mais velha. Vencendo dois séculos de distância, autora e personagem dialogam e trocam confidências como duas amigas, o que confere veracidade ao texto. A unidade do país, os embates políticos entre brasileiros e portugueses, as intrigas da corte, o destino da Casa de Bragança marcam as circunstâncias políticas do nascimento do Império do Brasil, em que dona Leopoldina oscila entre a saudade de sua pátria distante, os interesses de Estado e o protocolo da corte em meio às querelas de um casal comum. De um ardente e despótico Pedro, a autora traça um retrato justo: se suas fraquezas, defeitos e injustiças ficam expostos à luz do sol, suas virtudes como ser humano e imperador não são ignoradas.