Quando refletimos sobre a história, as questões que nos movem estão definidas e postas em nosso tempo. É com o propósito de compreendê-las ou enunciar algumas hipóteses para solucioná-las que recuamos ao passado para encontrar suas raízes. Esse exercício é fundamental para que possamos refletir sobre os processos que se desenrolaram em torno delas, levando-nos a conhecer e reconhecer caminhos e visões diferentes dos nossos, mas que nos permitem entender as razões que nos levaram a pensar desta ou daquela forma. Relativizamos, assim, nossas certezas e passamos a optar entre as múltiplas possibilidades que se apresentam no enfrentamento do problema a ser resolvido. Deste modo, os processos sociais ganham movimento e perdem a fixidez que lhes é convencionalmente atribuída. Se todos os dias aprendemos uns com os outros, se construímos caminhos, selecionando direções a seguir, e se, a cada nova encruzilhada, temos de optar por uma direção, as sociedades humanas devem ser estudadas segundo esses impasses e opções, em que os vários sentidos, desejos e possibilidades representam escolhas definidas nos conflitos cotidianos."