O tema desta obra é instigante e traz algumas reflexões político-jurídicas acerca do atual estágio de transformações pelas quais a Administração Pública ocidental vem passando e que culminou em uma inegável diversificação e alargamento de suas atividades, órgãos e instituições de atuação. A tentativa de análise do fenômeno histórico e suas repercussões no plano político e jurídico levaram à conclusão de que não se pode mais na atualidade encarar a Administração Pública como um conceito unitário e centralizado, de onde provêm todas as funções estatais e públicas. É necessário um repensar sobre a perspectiva acadêmica e teórica na qual está assente o ensino acerca do que é e quem é a Administração Pública hoje. A fragmentação é uma realidade da qual não há como retroceder. Só nos cabe, portanto, estudiosos do direito público e da ciência política, tentar solucionar os problemas que nos são apresentados diante desta diversificação de poder e de pessoas no âmbito na Administração Pública. Só assim, acredita-se, pode-se no futuro propor respostas que nos ajudarão a compreender melhor a gestão pública, que existe como instrumento de concretização do bem-estar social e, em última análise, de nossa própria felicidade como seres humanos individuais e coletivos.