Em "O Fim do Império Cognitivo" Boaventura de Sousa Santos desenvolve o seu conceito de "Epistemologias do Sul", delineando um universo teórico, metodológico e pedagógico que desa?a o domínio do pensamento eurocêntrico. À semelhança de uma coleção de conhecimentos oriundos das experiências de povos marginalizados que resistem ativamente ao capitalismo, ao colonialismo e ao patriarcalismo, as Epistemologias do Sul representam assim formas de conhecimento que são geralmente desacreditadas, apagadas e ignoradas pelas culturas dominantes do Norte global. Observando o declínio da e?cácia das soluções sociais e políticas estabelecidas para combater a desigualdade e a discriminação, Boaventura de Sousa Santos sugere que a justiça global só pode existir através de uma mudança epistemológica que garanta a justiça cognitiva. Esta mudança cria novas estratégias alternativas de mobilização política e ativismo, fornecendo aos grupos sociais oprimidos os meios pelos quais representariam o mundo nos seus próprios termos.