Entre ausências, lacunas, fontes dispersas, relatos incertos, uma história bem construída. O leitor encontrará neste livro uma história da Biblioteca Municipal de Campina Grande-PB (BPMCG) tecida a partir de duas dimensões que contam uma história de leitura: o espaço a ser habitado e as pessoas que o habitam. Danielly V. Inô Espíndula demonstra, com a habilidade dos grandes pesquisadores, como a BPMCG cambaleia entre a realidade e as circunstâncias de sua fundação, e as dificuldades de sua manutenção, interferindo, inclusive, na sua existência física. As Vozes da Borborema são estridentes em 1938, quando de sua fundação, mas silenciam em vários momentos sobre a existência (inclusive, física) desse espaço. As pessoas que habitam esse lugar às vezes, sem serem notadas ou se fazerem presentes são os seus diferentes leitores, cujo perfil pode ser encontrado na leitura que Danielly faz das entrevistas com eles realizadas. É certo que habitar um lugar sem estar nele é uma realidade possibilitada desde sempre pela leitura, mas Danielly demonstra outra faceta desse movimento, ao descrever e analisar a dança dos leitores da BPMCG: entre presenças e ausências, biblioteca e leitores se movem rumo a um futuro incerto.