Trata-se de proposta ousada, que, além de contradizer um dos pilares de sustentação do conhecimento científico, qual seja, o antropocentrismo, também contraria um dos dogmas do ordenamento jurídico: o entendimento segundo o qual os animais possuem a natureza jurídica de coisa, sendo, portanto, objeto e jamais sujeito de direitos. Trata-se, indiscutivelmente, de trabalho de extrema relevância do ponto de vista teórico e prático, por meio do qual, com muita sensibilidade, pesquisa e coragem, a autora nos leva a questionar e repensar os sobreditos paradigmas, desafiando o pensamento jurídico tradicional em prol de uma causa extremamente nobre: a defesa dos animais não humanos. Mais do que uma tese, foi-nos apresentado um projeto de vida, e que este possa se frutificar por meio da presente obra, fazendo com que, de fato, o valor da dignidade transcenda à vida humana.