Lucia Castello Branco, assim como Clarice Lispector, duas mulheres com seus nomes fulgurantes, marcam no Brasil a linhagem das escritoras de cega paixão, assinaladas pela ausência de tal maneira que levam o texto ao paroxismo da des-razão, onde a clareza do Sim - em que toda a literatura teria seu começo - se converte no enorme "oceano sem água" do Amor. Emocionante e original, o livro distende as relações humanas, no sentido de compreensão da dor, do fracasso, mas também do sim, da vida e da intensidade da experiência humana. Em Contos de amor e não, as figuras sempre presentes no texto de Lucia (a mãe, a filha, o pai, o homem, a mulher...) aceitam de vez a branca dor como condição mortal da existência.