Nesta sequência da viagem à a Porto Alegre, a ruptura ao linear permanece até sua conclusão, mas esta trajetória percorrida, leve e descontraída como uma viagem de férias, sugere movimentos psicológicos complexos desencadeados pelas emoções vindas por meio deste rito de passagem, dentro um carro sempre de passagem. A força e o impacto dos desenhos de Guazzelli estão em sua máxima potência. O que ele consegue fazer em A Casa Azul é subversivo e inovador, o fio narrativo em nenhum momento se perde, pois em nenhum momento se enxerga, é como se andássemos num trem sem trilho, num caminho sem chão, e sentíssemos o trajeto a cada página, a cada cortina, a cada costura invisível. Trabalho de gênio em pleno jogo.