Um dos mais importantes pensadores políticos do país e, também, o inspirador de uma espécie de escola gramsciana brasileira, Carlos Nelson Coutinho manteve, entre 1961 e 1970, uma correspondência com o húngaro Lukács, então considerado por muitos o maior marxista vivo. Algumas das cartas tratavam da obra de Kafka, um dos escritores mais analisados e debatidos na época. Relendo os textos, Carlos Nelson resolveu resgatar dois de seus ensaios: um sobre o tcheco e outro, ainda inédito, sobre Proust. Obras fundamentais para o entendimento das transformações sócio, política e culturais do século XX. O resultado está em LUKÁCS, PROUST E KAFKA — LITERATURA E SOCIEDADE NO SÉCULO XX, que propõe uma nova leitura lukacsiana de Proust e Kafka. “Meus ensaios têm precisamente a intenção de propor uma análise das obras de Proust e de Kafka à luz da metodologia estético-filosófica de Lukács, ainda que freqüentemente — sobretudo no caso de Kafka — em aberta divergência com a avaliação substancialmente negativa que o pensador húngaro fez destes dois notáveis narradores”, explica Carlos Nelson Coutinho.