Esta obra, Educação para a sensibilidade, parte da construção do conceito de vontade de potência de alteridade, que busca em Nietzsche a ideia de potência e vontade e em Levinas a sensibilidade e o desejo de alteridade e de humanidade. Educar, como vontade de potência de alteridade, constitui-se em formação de sensibilidades constituídas e constituintes de relações, no mútuo reconhecimento. Assim, revela-se o humano, via autenticidade do diálogo, capaz de forjar e de acender o desejo de relação, como um querer e não como um dever. A aproximação entre o eu e o outro acontece, primeiramente, pela subjetividade, que ocorre, segundo Levinas, anterior à consciência e, acima de tudo, nesta mútua relação entre o eu o outro, como interlocução, no acolhimento. Neste sentido, proximidade é estar sensível à presença do outro, pois o eu encontra a liberdade, na medida em que, pelo olhar, pelo gesto, pela linguagem, encontra e acolhe o outro, eticamente, em sua alteridade e só constitui uma subjetividade ética pela sensibilidade interlocutória. São inúmeras as dificuldades encontradas hoje no processo educativo, por conta de não mais haver uma norma universal que oriente a ação e ocorre um tensionamento entre os vestígios de uma educação tradicional e as novas perspectivas de formação. É fundamental a sensibilidade em relação ao outro e a abertura ao encontro, como acontecimento constitutivo, autoformativo e autocriativo possível, mediante uma vontade constituída alegremente, como desejo de relação.