Doracy tem 58 anos. É merendeira e minha aluna. Hoje, a gente leu um fragmento de Morte e vida severina. A gente conversa. Doracy me fala: Tem um aluno na minha escola, que ele outro dia me pediu mais um pouquinho de merenda. Você sabe que a merenda tá contada, né? Acho que até a daqui tá também, mas, eu dei. O pessoal reclama, mas eu dei. Me escondi, mas dei. Poxa, eu vi que não era gula Ela me olha. Faz reticências. Prossegue: Ele pegou a comidinha e foi lá pro canto. Depois, voltou com o prato limpinho e disse: Tia, esta noite eu vou orar muito pro Senhor deixar você estar de novo aqui amanhã.