Para analisar a ordem do castigo como resultante histórico-política, com sua produtividade e solicitude no atendimento de demandas encarceradoras, estudam-se três percursos científicos punitivos, penalizadores e prisionais no Brasil: justiça política, direito à punição e criminologia. Este é um estudo da situação brasileira atual e seu incessante impulso legal penalizante através da interrogação do autoritarismo constituidor e caracterizador desta sociabilidade que reforça, diuturnamente, conteúdos vingativos e de revanche sociais. Trata-se de compreender as procedências estruturadoras de uma maneira de pensar a sociabilidade através da imputação de estigmas morais e "delinqüenciais" a diversos e específicos setores populacionais, estabelecendo-se um regime de verdade conservador e criminalizante de quaisquer relações conflituosas. Exercitada sobre parcelas específicas da população, a prática da justiça penal, em sua sede de vingança, mata ou mortifica corpos questionadores da ordem estabelecida.