Engraçado pensar que a voz (de mulher) que nos fala neste livro afirme não ser capaz de sustentar um olhar ou, ainda, que teme abraçar. Encaradas e entrelaçares são comuns nos versos de Beatriz. A poesia escrita por (e para) mulheres, em geral, sempre pareceu me prender, primeiro com os braços, depois, de página em página, com as pernas, até estar completamente envolta em meu corpo. Ao som de Beatles, às vezes apenas de George Harrison, ou um solo de trompete, entre sombras e luzes neon, em estrofes com cheiro de alfazema, manjericão e Dior, falando em línguas: assim é que vão se esvaindo os suspiros da leitora e do leitor que não tiver inspirado profundamente antes de folhear este livro pequeno, este livro grande, este livro mutante. Sumindo o ar, parece que diminuo eu. Tão grande que era, me peguei diminuindo, feito Alice; feito também o Coelho, com pressa. De tão pequenina, de repente era infante, filhote, bicho diminuto, bicha diminuta. Tudo isso entre Isadoras, (...)