Dentro da dinâmica do Ano da Vida Consagrada, após as duas Cartas Alegrai-vos e Perscrutai que deram início a um caminho de reflexão sobre a vida consagrada, a Igreja nos convida a continuar uma reflexão com mais vozes, fixando o olhar no coração da vida de seguimento. Busca-se nesta Carta lançar o olhar na profundidade do nosso viver, verificar a razão do nosso peregrinar em busca de Deus, interrogar a dimensão contemplativa dos nossos dias, para reconhecer o mistério da graça que nos alimenta, nos apaixona, nos transfigura. Esta Carta é, portanto, um convite aberto sobre o mistério de Deus, fundamento de toda a vida. As pessoas consagradas são chamadas a ser profetas, místicos e contemplativos, para descobrir os sinais da presença de Deus na vida cotidiana, a se tornar interlocutores sábios capazes de reconhecer as perguntas que Deus e a humanidade põem nos caminhos da nossa história. O grande desafio é a capacidade de "continuar a ver a Deus com os olhos da fé, em um mundo que ignora a presença dele" (cf. n. 6). Buscar, Habitar e Formar são os verbos que permeiam esta carta e que perscrutam a beleza de Deus que chama, consagra e envia em missão.