Reza de Mãe, livro de contos de Allan da Rosa, é uma promissora estreia, em mais de uma acepção da palavra. Além de ser a primeira reunião impressa da produção do autor em contos, inaugura também uma abordagem linguística e literária que contempla a dura vivência na periferia sob o prisma afro-brasileiro, dos movimentos negros que germinam nas franjas da metrópole, que já estabeleceram uma produção cultural de inédito colorido poético. Como todo escritor que faz jus ao ofício, o projeto artístico de Allan é ambicioso. Não se trata apenas de dar voz ao excruciante cotidiano daqueles que vivem à margem do sistema. Ele o faz através de uma revolução estética que perpassa vários níveis, desde um trabalho de fixação de sonoros vocábulos e nomes de origem africana (malunga, requenguela, Mutalambô e outros) até uma sintaxe original na fatura das narrativas, que possuem grande poder de encantamento graças tanto ao lirismo [...]Reza de Mãe, livro de contos de Allan da Rosa, é uma promissora estreia, em mais de uma acepção da palavra. Além de ser a primeira reunião impressa da produção do autor em contos, inaugura também uma abordagem linguística e literária que contempla a dura vivência na periferia sob o prisma afro-brasileiro, dos movimentos negros que germinam nas franjas da metrópole, que já estabeleceram uma produção cultural de inédito colorido poético. Como todo escritor que faz jus ao ofício, o projeto artístico de Allan é ambicioso. Não se trata apenas de dar voz ao excruciante cotidiano daqueles que vivem à margem do sistema. Ele o faz através de uma revolução estética que perpassa vários níveis, desde um trabalho de fixação de sonoros vocábulos e nomes de origem africana (malunga, requenguela, Mutalambô e outros) até uma sintaxe original na fatura das narrativas, que possuem grande poder de encantamento graças tanto ao lirismo pungente do destino dos personagens quanto ao entrelaçamento de algumas estórias.