Trecho da obra - 'Teófilo, Téo, como era conhecido, adorava pintar e tinha muito talento. Pintava muro de escolinhas, além de paredes e telas com arco-íris, estradas de tijolos amarelos, céus azuis, crianças felizes. Tudo o que poderia perder a placidez branca era um encanto para os olhos de vô Téo. Sua casa era multicolorida e denunciava que ele havia se perdido na estética das décadas de sessenta e setenta, de onde não fazia muita questão de sair. Na infância, eu adorava aquele espaço. Rodopiava rápido e via aquela profusão de cores transformarem-se em uma só; depois cambaleava até cair. Com o passar do tempo a aquarela passou a me incomodar e tive permissão de Téo para que pelo menos o meu quarto fosse monocromático.'