Este exercício de plágio sobre Júbilo, memória, noviciado da paixão, de Hilda Hilst, não se esgota no estudo dos recursos composicionais da poeta ou na perspectiva dum elogio às influências. Seu ânimo verdadeiro está antes na tentativa, aliás malsucedida, de incorporar ao cotidiano e disciplinar apesar das circunstâncias a fidelidade à prática diária do poema, tal como a herança biográfica registra aqui e ali a respeito da poeta plagiada. Que um livro específico tenha servido de matriz para organizar o ambiente necessário à empreitada é algo que se explica muito mais pelo acaso e pela trivialidade que por qualquer motivação cobrada ao texto. Digamos, para seguir logo adiante, que era o livro ao alcance das mãos quando o projeto de plágio ganhou consistência e seus primeiros rascunhos. Desenvolver o hábito e a intuição de sua reação sobre os poemas resultantes, para fora do círculo da inspiração e da poesia-expressão-imediata foi, portanto, o principal. Se vez e outra a (...)