Vinte anos depois da última edição, A comédia humana com orientação, introdução e notas de Paulo Rónai, volta às livrarias trazendo ao público brasileiro um dos mais importantes monumentos literários em 89 romances distribuídos em 17 volumes. Honoré de Balzac (1799-1850) dedicou vinte e um anos de sua vida para fazer um verdadeiro inventário da França no século XIX: costumes, negócios, casamentos, ciências, modismos, política, profissões, tudo entrava nesse imenso painel, costurado com maestria narrativa e exibido aos poucos em folhetins. Obras que compõem A comédia humana volume 5 Estudos de costumes Cenas da vida provinciana Úrsula Mirouët. Úrsula, assim como as personagens Eugênia e Pierrette, é a moça típica do mundo de Balzac, bela, frágil, apagada, retratada no momento decisivo de sua transformação, isto é, quando encontra o amor. A narrativa do primeiro amor de Úrsula alia-se à das escaramuças dos herdeiros, pormenorizada pelo realismo do observador de ambientes, e ao sobrenatural: sonâmbulos e videntes interferem na vida das personagens; mortos comunicam-se com vivos através de sonhos e decidem problemas inextricáveis. Úrsula Mirouët significa, em A comédia humana, o primeiro salto nas trevas, a primeira quebra numa representação do universo que parecia puramente sensualista. Eugênia Grandet. Para a maioria dos contemporâneos, Eugênia Grandet foi o primeiro grande romance de Balzac. A paixão de uma moça da província, escondida no fundo do coração e tanto mais forte quanto mais recalcada, era assunto digno de Balzac, e naquela época ainda tinha o encanto da novidade.