Parte substantiva da geração de valor público bens e serviços públicos tem sua produção intensiva em pessoas. A gestão estratégica de pessoas assume centralidade ao abordar os assuntos de forma integrada, consistente com o serviço público e capaz de promover a produção de significado que facilite a apropriação dos conceitos fundamentais dessa área do conhecimento gerencial. A gestão de pessoas é abordada a partir das noções de alinhamento estratégico, do pensá-las sistemicamente, entendê-las como dimensão central das organizações e da sociedade, do reconhecê-las como elemento essencial e o conhecimento como recurso fundamental para a produção de valor público, e da assunção de um horizonte temporal de longo prazo para a condução das ações e políticas públicas. Reconhecidamente complexo, o recorte de tratamento do tema escapa à reprodução de arquiteturas bibliográficas já existentes no campo, tratando a gestão de pessoas a partir de três dimensões principais e articuladas: a gestão de pessoas como área da organização (visão funcional); a gestão de pessoas como função gerencial (visão de processos); e a perspectiva que deposita sobre as pessoas os agentes públicos o valor central da organização pública. Reconhece a influência dos conceitos e das tecnologias de gestão de pessoas produzidos no exterior e no setor privado, destacando as suas especificidades e implicações para o setor público. Constitui referencial analítico para a compreensão de fenômenos transversais à organização pública, não se esgotando em fontes da área de gestão de pessoas ou da administração, alcançando outros campos do conhecimento, tais como a sociologia, a ciência política, a economia e o direito.