Manifesto para a poesia concreta está sendo lançado em português pela primeira vez, pela Editora Cobogó. Escrito em 1953 pelo artista plástico, poeta e performer sueco Öyvind Fahlström, foi publicado na Revista Odyssé, em 1954. Embora tenha sido a primeira menção do termo poesia concreta, antes de Fahlström, Wlademir Dias-Pinto já havia utilizado, em 1940, aspectos que podem ser encontrados nesse manifesto, como funções-relações gráfico-fonéticas das palavras e de totalidade sensível verbivocovisual do poema. Trabalho anterior a esse ainda, Constantinopla, de Vasily Kamensky (1914) também pode ser usado como exemplo de poesia concreta. A diferença para a obra de Fahlström está na poeto-política dos manifestos: diferença entre manifestações da poesia e manifestos para a poesia. A teoria da poesia concreta, dos irmãos Campos em conjunto com Décio Pignatari só aparece em 1965, 12 anos após o manifesto de Fahlström. A tradução do Manifesto, feita por Marcia Sá Cavalcante Schuback, respeitou alguns critérios, como o entendimento de manifesto como poema em prosa, Considerou ainda que a obra precisa ser lida em voz alta, como em um recital: a arte de Fahlström se orienta pelo sentido sonoro, reúne múltiplas posições, perspectivas, meios, linguagens e figurações.