Os poemas destacam-se pela singularidade que apresentam. É como se a natureza elementar do poético fosse dotada de estilo e ritmo peculiares. Fatores que significam uma apropriação singular da língua comum criando identidade. O próprio autor descreve como "o meu grande projeto/foi sempre o de que o mundo não me mudasse a mim"; Alguns sinais dessa identidade do autor evidenciam o emprego da palavra inusitada; a relação do substantivo com o adjetivo, o arcadismo ou neologismo da construção; a constante ruptura dos níveis do discurso e, sobretudo a ausência da vigilância literária. Essa obra propõe uma experiência desafiadora dos limites da própria poesia e vem acompanhada de um elucidativo posfácio de Manuel António Pina.