No Japão do pós-guerra, um homem mais velho observa impotente a crise corroer sua família. De um lado, ele assiste ao modo desrespeitoso como seu filho trata a mulher, a quem ele tanto preza. De outro, quando o casamento de sua filha chega ao fim e ela retorna para a casa paterna, os conflitos domésticos se acumulam. O escritor Yasunari Kawabata, Prêmio Nobel de Literatura em 1968, registrou em O Som da Montanha o sentimento de mortalidade do indivíduo em meio à percepção da natureza que segue perfeita e alheia às dores humanas. Ao adaptar o romance em 1954, o diretor Mikio Naruse transformou também o enfoque do escritor e converteu o filme num retrato, repleto de sutilezas, da condição feminina.