Quais as capacidades e atitudes escolarmente válidas para ler um texto, o que é aí relevante ou quais os textos e as leituras legítimas são algumas perguntas que podemos colocar ao Livro de Português, sobretudo, se o entendermos como uma instância de conformação de comunidades de leitores, e, assim, como um 'regime de leitura'. Estas são perguntas a que também se visa responder quando, num quadro de compreensão das teorias e práticas do ensino e aprendizagem do Português, se interrogam algumas condições escolares de produção de leitores, designadamente, os dispositivos discursivos que definem o que pode e deve ser dito e feito a propósito dos textos, que organizam os modos da sua interpretação, que instituem as vozes 'autorizadas' nestes processos.