Um dos mais importantes feriados da Inglaterra, o dia da Conspiração da Pólvora lembra um dos primeiros atos terroristas da história mundial, segundo a historiadora Antonia Fraser, autora deste livro. O ano era 1605. O rei, Jaime IV, filho de Maria Stuart. Soberano da Escócia, ele assumiu a coroa da Inglaterra em 1603, após a crise instaurada com a morte de Elizabeth I. Com a missão de unificar o reino inglês, rei Jaime seguiu a política de Elizabeth I de manter o protestantismo como religião nacional. No entanto, encontrou uma nação dividida em legiões de calvinistas puritanos que condenavam a submissão da Igreja ao Estado e de católicos que contestavam desde a prisão e execução da rainha católica Maria Stuart até a legitimidade do governo de Elizabeth I (filha de um casamento anulado). Ainda assim, Jaime IV renegou a promessa de tolerância aos papistas, condenando a fé católica à clandestinidade e perseguindo os padres. A crise levou a uma conspiração de 13 nobres católicos, liderados por Robert Catesby. Numa tentativa de elevar o catolicismo a religião oficial do Reino Unido, planejaram explodir o Parlamento inglês e matar a família real, resguardando apenas a filha mais jovem do rei Jaime, que seria seqüestrada e criada como católica para sucessão do trono inglês. O plano foi descoberto e seus idealizadores presos e condenados à execução em praça pública - um acontecimento lembrado ainda hoje, quando bonecos são queimados nas ruas da Inglaterra no dia 5 de novembro. Em 'A conspiração da pólvora' , Antonia Fraser encontra elementos de tragédia, violência, intriga e heroísmo num dos episódios mais significativos da história inglesa, e discute as verdadeiras motivações da conspiração, colocando-a como base para se entender as modernas formas de terrorismo religioso.