Estamos diante de uma jornada. Talita Tibola a inicia por diversos pontos: corpo, cidades que deixa, novas ruas que adentra, por entre memória e toque de mãos, tecendo-a. Uma personagem-devaneio-fala-gosto faz vezes de atravessadora e realiza seu encarnar desde as coisas comuns que a rodeiam até o limite dos intervalos. É poesia de entre, feita num convite sinestésico de ser humana, num mundo de tantas velocidades e espaços, ousando fazer da sensibilidade não só modo artístico, mas zona de habitação. Dividido em quatro partes, que reverberam entre si, Ainda morreremos tanto e será só o começo marca o desenvolvimento poético dessa morada-palavra-sensível. Primeiro o convite é feito: tens pele, sentes as grandes distâncias, tens que partir, alguém tem que ficar, desafio: tocar o ENTRE que nos bordeia fendas-oceano-vivo, a poesia testemunha dos interstícios. Lançar-se em poesia é trabalho do coração, olhando de frente descaminhos sem torrão de terra, em mares de solidão da (...)