Com enfoque na sociedade portuguesa, aborda as representações literárias e jornalísticas relativas à área criminal a partir da segunda metade do século XIX. O período, caracterizado pela modernização e reorganização do espaço urbano, também foi marcado por uma crescente criminalização de comportamentos antes considerados banais, denotando a intenção de alijar camadas mais populares da vida social, em nome de uma suposta civilidade. Com intuito de observar os impactos dessa realidade sobre a literatura, a autora analisa Mistérios de Lisboa (1854) e Memórias do Cárcere (1862), de Camilo Castelo Branco, e Os Mistérios do Porto (1890-1891), de Gervásio Lobato, obras que propunham uma reflexão permanente acerca dos dilemas enfrentados.