A publicação do livro Educação do Campo e Infâncias coloca-se na esteira das discussões contemporâneas de pesquisa acerca da visibilidade e invisibilidade das infâncias, das culturas e dos espaços sociais em que estas se produzem. Neste sentido, a obra lança luzes sobre questões relacionadas à educação da criança pequena em realidades campesinas diversas. Os artigos são escritos por pesquisadores que investigam o protagonismo da criança. Esses procuram, com base em diferentes teóricos e principalmente com a interlocução qualificada com as crianças, registrar os contextos e lutas de meninos e meninas como sujeitos culturais e produtores de história. A obra é baseada nos pressupostos do materialismos histórico-dialético. Busca analisar e expor, na perspectiva das crianças, sua relação com o modo produtivo rural. Apresenta as mazelas de ocultamento e negação pelas quais as crianças e adultos do campo permanecem invisibilizados. Particularmente, propõe exercício de lançar luzes sobre as diferentes realidade que constituem as crianças do campo. Os estudos apresentados partem da reflexão com o contexto campesino em que vivem as crianças. Contextos nos quais crianças, juntamente com os adultos (pais e professores) e com movimentos sociais organizados produzem transformações sociais e lutam por terra, comida, educação e cultura. Com as crianças, os pesquisadores exercitam a abordagem na contramão do discurso prescritivo e tutelar, mas com o cuidado de compreender as infâncias do campo a partir da heterogeneidade que as geram (quilombolas, indígenas, pomeranas, Sem-terrinhas, camponesas).