Vivemos um momento político complexo e tenso em que eclodem diversas problemáticas no campo da educação, exigindo dos pesquisadores novas reflexões e diálogos, possibilidades outras para pensar e se perguntar a respeito dos processos que envolvem a escolarização pública. No Brasil, os caminhos trilhados nos últimos anos nos permitem apontar, indubitavelmente, para alguns avanços em um sentido democrático, já que sugerem maior aproximação com as demandas interculturais, as quais vinham ocupando possibilidades entre as articulações em disputa. No entanto, mudanças recentes sinalizam um novo cenário, a partir do qual se ampliam os espaços para uma política radicalmente polarizada e antidemocrática, tomando traços de uma onda neoconservadora que reitera sentidos homogeneizadores, vinculados à ideia de uma identidade nacional. Rejeitando a via do imobilismo, propomos um diálogo com o leitor interessado no tema, cônscios deste cenário apontado, uma vez que o horizonte no interpela, nos provoca. Nesse sentido, o outro, o diferente, parece ser inimigo de quem pretende homogeneizar a sociedade a partir da sua própria forma de ver e agir no mundo. Por isso, as discussões éticas, políticas e multiculturais aqui apresentadas são relevantes, assim como o desenvolvimento de propostas pedagógicas que façam frente a uma realidade dura, porém transformável. Nossa expectativa com o livro é ir além de uma lista de propostas para aplicação nas escolas e/ ou cursos de formação. Retomamos, no atual livro, análises variadas de projetos de extensão, experiências com estágio, currículos, pesquisas, programas e projetos escolares envolvendo a ação pedagógica e/ ou a reflexão sobre ela. Tal é o propósito do livro. Uma boa leitura, caro leitor!